domingo, 18 de outubro de 2009

A universidade mais universal ainda.

Nos últimos dois anos diferentes unidades da UFBA iniciaram a oferta de cursos noturnos a reboque do Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais – Reuni. Dentre os novos cursos está a licenciatura em Ciências Biológicas que teve sua 1ª turma iniciada neste segundo semestre de 2009. O responsável pela coordenação desta turma, o prof. Geraldo Aquino, considera que mais importante do que receber as contrapartidas oferecidas pelo programa REUNI, a Universidade cumpre uma obrigação com a sociedade, ampliando vagas e criando cursos à noite. Em relação às referidas contrapartidas, é fato que no Instituto de Biologia, ocorreram contratações visando uma ampliação do corpo docente para dar suporte aos cursos noturnos. A profa Alessandra Schnadelbach é uma dessas docentes, já atuando na única disciplina ministrada para os calouros no IBio e declara que se sente honrada em ter ingressado na UFBA com essa missão pioneira e esse desafio. Afirma ainda que, por ser, assim como os estudantes, iniciante na UFBA, existe profunda sintonia entre ela e o grupo. Muitos dos estudantes já a procuram fora de sala de aula pensando em oportunidades de estágio em pesquisa.
Por outro lado, as contrapartidas de estrutura ainda não são sentidas no Instituto. Até o momento o Instituto de Biologia não está na lista de unidades com obras em andamento ou já licitadas. Segundo a vice-diretora, Luciana Veiga, o atraso se deu por conta do inesperado incêndio do Instituto de Química, mas o projeto de expansão deverá estar concluído até dezembro deste ano quando a universidade abrirá licitação para a construção do anexo, prevista para iniciar em março de 2010. Este projeto deverá ter como base a proposta construída pela comunidade do IB, que já foi encaminhado à pró-reitoria.
Ainda alheios às novidades da Universidade, os calouros do curso noturno vivem aquilo que é novidade para cada um deles: o sonho do curso universitário. À medida que assimilam a rotina do curso que envolve o trânsito por diferentes unidades de ensino, vão descobrindo os desafios e limitações das aulas à noite na UFBA. A falta de uma cantina que funcione à noite e o horário de funcionamento da biblioteca são umas das dificuldades enfrentadas, já que o horário mais conveniente para utilizar estes serviços é entre os dois horários de aula, por volta de 20:30h. Outra limitação é a indisponibilidade de computadores com acesso à internet, para trabalhos e consultas. Além de outras tantas expectativas, o grupo se mostra estimulado.
O perfil do curso, levantado pela coordenação, mostra que a nova turma se diferencia um pouco do perfil geral dos estudantes que costumam ingressar nas turmas diurnas. A média de idade dos estudantes é de 22 anos e destacam-se os fatos de que mais de 40% dos estudantes são provenientes do interior do estado e cerca de 66% trabalham durante o dia. Uma parcela de 36% cursava Biologia em universidade privada, e alguns foram estudantes da própria UFBA e por motivos de trabalho precisavam continuar seus estudos à noite. O grupo demonstra grande satisfação por integrar a 1ª turma do curso noturno oferecido na modalidade de licenciatura, mas 25% dos estudantes preferiam ter tido a opção da modalidade bacharelado e 46%, embora preferissem, de fato, a licenciatura fariam a segunda habilitação após a conclusão da primeira. Um dos novos estudantes, inclusive, foi motivado a submeter-se ao vestibular pela experiência de iniciação científica júnior, no programa PROVOC da Fiocruz, que possibilita o contato de estudantes do ensino médio público com atividades de pesquisa (Veja entrevista no BOX).

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